Um estudo recente revelou que as mulheres desempenham mais de 75% do trabalho não remunerado em todo o mundo, contribuindo significativamente para a economia global. Se fossem remuneradas pelo seu trabalho doméstico e de cuidado, as mulheres teriam contribuído com impressionantes US$ 10,9 trilhões para a economia global em 2020.
No Brasil, as mulheres dedicam até 25 horas por semana a afazeres domésticos e cuidados, enquanto os homens dedicam cerca de 11 horas. Essa desigualdade na distribuição do trabalho não remunerado reflete-se em diversas áreas, desde a participação no mercado de trabalho até a saúde física e mental das mulheres.
Apesar de países com maior igualdade de gênero apresentarem uma diminuição na disparidade, ainda existe um longo caminho a percorrer. Na Noruega e na Suécia, por exemplo, as mulheres realizam, respectivamente, 42 e 50 minutos a mais de trabalho não remunerado por dia do que os homens. Já no Egito, as mulheres chegam a realizar 5,4 horas de trabalho não remunerado diariamente, enquanto os homens apenas 35 minutos.
O trabalho de cuidado realizado pelas mulheres é essencial para a manutenção da sociedade, porém, muitas vezes, é invisibilizado e não é reconhecido como parte integrante da economia. Se as mulheres fossem remuneradas pelo seu trabalho não remunerado, o impacto econômico seria significativo, ultrapassando o valor da indústria global de tecnologia.
Além disso, a sobrecarga de responsabilidades de cuidado está relacionada a níveis mais altos de insatisfação, tanto no trabalho quanto na saúde mental das mulheres. Essa realidade afeta especialmente mulheres entre 36 e 55 anos e aquelas que pertencem a grupos étnico-raciais minoritários.
Diante desse cenário, é fundamental promover a conscientização sobre a importância do trabalho de cuidado realizado pelas mulheres e adotar medidas que visem a equidade de gênero tanto no mercado de trabalho quanto na distribuição das responsabilidades domésticas.
Fonte: Adaptado de Oxfam e Think Olga
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